ABSTRACT
Realizou-se experimentos com o peixe "paulistinha" (Brachydanio rerio), tendo como objetivo observar o efeito tóxico do organoclorado endosulfan nas células hepáticas do peixe. Foram realizados ensaios de toxicidade aguda, sendo determinado o valor de CL 50 - 96 h de 0,0021083 muL/L e os limites de confiabilidade estabelecidos entre 0,00175 e 0,00254 muL/L para o animal em estudo. Durante o experimento os peixes foram mantidos em meio contaminado num total de 96 h, observando-se os efeitos do produto nos hepatócitos a partir das primeiras 24 horas. As alteraçoes observadas após os tempos de exposiçao 24h, 48 h, 72 h, 96 h foram: descaracterizaçao da forma celular e da membrana plasmática, lateralizaçao nuclear, cromatina condensada na regiao central e núcleos picnóticos, grandes vacúolos citoplasmáticos e necrose focal. Após 48 horas de exposiçao as modificaçoes permaneceram, havendo regeneraçao dos hepatócitos. O tecido apresentou-se mais regular, houve aumento do citoplasma e a cromatina apresentou-se mais dispersa. Os resultados indicaram que o endosulfan é altamente tóxico para o peixe Brachydanio rerio, e que, apesar da sua rápida degradaçao na água, ocorre o acúmulo nos tecidos após a exposiçao ao pesticida. Estudos adicionais sobre a toxicidade do endosulfan a longo prazo seriam necessários, uma vez que algumas alteraçoes histológicas sugerem evoluçao de neoplasias.